"Quer bater em mulher bate em outro lugar"
"Se for corintiano tudo bem…"
"Não tem mulher para indicar"
“Quando eu falo que eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20, eu estou falando com conhecimento de causa”
Frases dúbias ou mesmo explícitas que evidenciam o quanto a misoginia é naturalizada. O quanto ainda é aceitável menosprezar mulheres, relativizar violências com piadas ou frases, no mínimo, inconsequentes.
No entanto, não é apenas por essas frases que registramos essa nota, mas sim porque Lula deixa os Ministérios serem dominados por uma agenda explicitamente anti-mulheres e anti-crianças. E com isso, se evidencia a pouca relevância que o Presidente confere, efetivamente, para as necessidades dessa parcela da população, que é maioria numérica no país.
É necessário uma atuação explícita do governo para a proteção dos direitos humanos de mulheres e crianças. Lula, no entanto, não tomou qualquer atitude frente ao desrespeito a esses grupos, promovido pelos Ministério das Mulheres, dos Direitos Humanos e da Saúde.
O Ministério da Saúde reduz as mulheres a um 'corpo que pariu', uma 'pessoa gestante', linguagem misógina e que apaga as mulheres e mães. Esse Ministério vem permitindo a deturpação de ações, protocolos e projetos voltados às mulheres e crianças, pelas noções ideológicas de gênero, que são necessariamente violentas a esses grupos.
É também o próprio partido do Presidente que provocou o STF para instalar o caos nos registros do sistema de saúde, ocultando o sexo dos prontuários e protocolos, prejudicando todos os cidadãos brasileiros, e impondo, novamente, uma crença delirante ao povo.
O Ministério das Mulheres, por não ser capaz de diálogo, descumpriu tratados internacionais, cancelando a vinda da representante das mulheres da ONU, traindo o trabalho intenso de coletivos maternos lutando pela revogação da Lei da Alienação Parental.
Um Ministério que articula a promoção de "baixaria" para não prestar contas ao povo brasileiro e cuja Ministra declarou que trabalha só para "as nossas mulheres”, ou seja, não é capaz de dialogar com representantes internacionais e nem com cidadãs brasileiras com quem tem discordância e, portanto, não representa as mulheres brasileiras. É o mesmo Ministério que destina tempo, recursos e pessoas para a destruição de qualquer política voltada para as necessidades ÚNICAS das mulheres.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania adotou a "lacração" em suas redes sociais, debochando das mulheres que, com toda razão, apontam a violência da agenda de ativistas que interferem, inclusive, nos direitos das crianças e adolescentes, por quem o Ministério deveria prezar.
O governo se orgulhou de ter uma grande representatividade de mulheres em altos cargos em seu governo. São 38 Ministérios no Governo Lula. Desse total, no início de 2023, havia 11 Ministras Mulheres. As únicas com Ministérios “fortes” eram, à época, Nísia Trindade com o Ministério da Saúde e Esther Dweck, Ministra de Gestão e Inovação. As outras mulheres estavam à frente de Ministérios “menos impactantes” ao governo, como o Ministério dos Esportes com Ana Moser e o Ministério dos Povos Indígenas com Sonia Guajajara. Após 18 meses de governo, temos 9 ministras mulheres atuantes em seus cargos. O STF que possuía apenas 2 mulheres até 2023 hoje possui apenas 1, pois a indicada para substituir Rosa Weber após sua aposentadoria foi o então Ministro da Justiça, Flávio Dino. Recentemente o Presidente alegou “ser muito difícil encontrar mulheres e negros para cargos do alto escalão”, o que não condiz com a realidade.
É nesse contexto que entendemos que tais falas, embora estejam sendo amenizadas e relativizadas, se mostram mais uma comprovação de quanto as mulheres são apagadas ou usadas de forma conveniente, mas jamais efetivamente consideradas.
Somos lembradas nas eleições ou para compor fotos e discursos falsamente inclusivos. Mas somos desumanizadas com termos absurdos, nossos filhos submetidos a noções que fomentam o auto ódio, e aos ministérios que promovem essas ações é dada rédea livre na gestão de Lula, que parece ignorar, convenientemente, essa rede articulada de destruição dos direitos humanos das mulheres e crianças.