A MATRIA tem desempenhado um trabalho importante de desmentir afirmações sem qualquer lastro e fundamento, criadas por organizações que promovem o apagamento do sexo em prol da noção de "identidade de gênero autodeclarada".
No dia 27/05/2024, após nos alertarem quanto a informações falsas em uma notícia do site do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), a MATRIA oficiou informando o erro ao Conselho e sugeriu a retificação da publicação para manter a verdade. A informação a ser corrigida é a de que “O Brasil é o país que mais mata trans”, disponível no endereço: https://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/2124
Informamos também a necessidade de que veículos de informação como o CFESS, que têm grande impacto sobre uma vasta classe de profissionais, zelem para manter altos padrões jornalísticos e de ética profissional, conforme estabelecido nos respectivos códigos profissionais, e alertamos para os compromissos abaixo:
Juramento da profissão de Jornalista:
“Prometo, no exercício da profissão de jornalista, assumir meu compromisso com a verdade e com a informação e empenhar todos os meus atos e palavras, meus esforços e meus conhecimentos para a construção de uma nação consciente de sua história e de sua capacidade”
Código de Ética da Profissão de Jornalista, Art. 7°:
O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação.
Código de Ética do Serviço Social, Art.4 ° alínea i:
Adulterar resultados e fazer declarações falaciosas sobre situações ou estudos de que tome conhecimento;
Código de Ética do Serviço Social, Art. 11º, alínea c:
Ser conivente com falhas éticas de acordo com os princípios deste Código e com erros técnicos praticados por assistente social e qualquer outro/a profissional;
Após o ofício, a resposta do CFESS foi a seguinte:
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Prezadas, boa tarde.
Em resposta ao Ofício nº 35 dessa entidade, vimos informar que o texto divulgado a que se referem é de conteúdo jornalístico produzido pela equipe de comunicação do CFESS, que realiza o trabalho sustentado pelos posicionamentos do Conjunto CFESS-CRESS (é possível conhecer mais no site do Conselho Federal) e por fontes relevantes na sociedade brasileira.
Sobre a solicitação de retirada do ar ou retificação, informamos que não será possível, tendo em vista que o texto é resultado de apuração jornalística que considerou não só o dossiê da Antra, entidade referência na defesa do direito das pessoas trans e travestis no Brasil, mas também a repercussão do mesmo na mídia brasileira e nos canais governamentais, como mostram as notícias veiculadas, algumas delas destacadas abaixo:
https://www.poder360.com.br/brasil/assassinatos-de-pessoas-trans-aumentam-10-em-2023-diz-associacao/
Caso a Antra venha a fazer alguma correção no estudo que serviu como base para o nosso texto jornalístico, atualizaremos, também, nosso conteúdo.
Atenciosamente,
Assessoria de Comunicação
Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
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Como podem observar, para o CFESS, se está na internet ou se são organizações que se alinham ideologicamente com o Conselho, então é "verdade".
Ressaltamos que tal resposta demonstra que o Conselho abre mão do rigor científico, do compromisso com a verdade e dos princípios éticos que norteiam seu próprio código de ética. A MATRIA respondeu ao CFESS, lamentando que se use como critério de veracidade justamente haver mais notícias falsas em outros sites. Apoiar-se na replicação de matérias sem checagem é exatamente o problema que temos visto com as chamadas "fake news".
Reforçamos, novamente, que a afirmação é incorreta, pois a forma de contagem para a afirmação de que um país é o que "mais mata" não se dá pela apuração em números absolutos e há pouquíssmos países que realizam contagem desse tipo de morte (vejam nosso documento "FALSAS AFIRMAÇÕES SOBRE A POPULAÇÃO AUTODECLARADA TRANS NO BRASIL").
Por fim, a MATRIA ressaltou que, mesmo que se utilizasse tal critério do CFESS ("sites com a mesma informação"), ainda assim a notícia deveria ser retificada, pois há várias páginas de organizações que já retificaram a informação errada, como Agência Senado, TCU, UFMG, Governo do Estado de Sao Paulo, Portal G1, Observatório do 3 Setor, entre outros.
Embora contássemos com a seriedade e ética desse renomado Conselho para a manutenção da verdade dos fatos, no dia 20 de junho recebemos a resposta final do CFESS:
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Comunicação CFESS
Boa tarde,
Conforme informado anteriormente, caso haja alguma retificação no estudo da Antra, fonte principal da reportagem, faremos a atualização no nosso conteúdo.
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A MATRIA lamenta que, mesmo diante de sólidos fatos que refutam mentiras amplamente propagadas e prejudiciais para toda a população brasileira, o CFESS escolha a mentira.